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Fã negra defende Caíque Gama do Fly das acusações de racismo: “sempre fui muito bem tratada”


Em meio às acusações de racismo que Caíque Gama, do Fly, vem recebendo por ter dito que “trança é uma salvação para quem tem cabelo ruim”, uma fã negra saiu em sua defesa. Moradora de São Paulo e seguidora da boyband, Larissa Prado usou todas suas redes sociais para se manifestar publicamente a favor do ídolo, que vem recebendo críticas de todo tipo desde que sua entrevista para uma revista teen repercutiu negativamente. Segundo a fã, ela o acompanha há mais de dois anos e Caíque, assim como os outros integrantes do grupo, sempre elogiaram seu cabelo black power, suas tranças e seus turbantes. “E mais, te pergunto agora, ONDE que ‘cabelo ruim’ tem que ser automaticamente associado a negros? Desde quando o fato do ‘cabelo ruim’ é só para os negros? Aliás, o cabelo pode amanhecer num ‘bad day’, e isso não é somente para negros. Então será mesmo que o racista é ele, por ter usado este termo para qualquer tipo de cabelo, ou você que se vitimiza e associa cabelo ruins a negros? Repense”.

fan caique gama fly

O discurso da jovem reitera o do cantor e da própria revista, que também usou o “bad hair day” para desviar o foco do que foi publicado. Mas Larissa não para por aí, na defesa de sentido da frase. Ela diz que, convivendo com os ídolos, nunca presenciou manifestações de racismo. “Sou negra e nunca fui destratada nem por eles e nem por ninguém a equipe”, twittou. “Sempre fui muito bem tratada. Quem não sabe cala a boca e não se manifesta”. Em outros tweets, direcionados ao Caíque, ela disse “sou negra e só eu sei o que é racismo, e de você eu só recebi amor” e “abri mão dos meus sonhos para realizar os seus e foi a melhor escolha que já fiz, te amo”.

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A questão do “bad hair day” não colou para a maioria das pessoas. Karol Conká gravou um vídeo mandando Caíque “calar a boca e sentar”. Guilhermme, do P9, apontou que estavam tentando fazer as pessoas de burras: “Ainda bem que o Brasil já tinha imaginado isso mesmo, né? Será que dá para fazer trança em ‘cabelo bom’? Deve ser falta de trança, digo… transa”. O último a se pronunciar foi Emicida, que escreveu: “cabelo ruim? Nada, ele é bonzão. Ruim é ter que explicar para esses ‘peida na farofa’ racista que o nome dele é crespo há cinco séculos”.

Durante a bola de neve que se tornou o caso, Caíque Gama trancou sua conta no Twitter e mudou o user para fugir das ofensas. Mas antes ele fez um post que piorou tudo. Ele disse: “Racista é quem vem nas minhas fotos me chamando de branquelo, azedo. Você não conhece minha raiz, você não conhece minha família, você não sabe nada sobre minha vida. Tudo o que sabe é uma declaração mal colocada e mal interpretada. (…) Quem não me conhece vai vir xingar, vir falar mil besteiras, as pessoas inclusive caçam assuntos, besteiras que fizemos no passado para esfregar isso na cara. Sou do pensamento que estamos aqui para aprender e evoluir. Toda essa situação só me ensina a cuidar cada vez mais das palavras, já que somos pessoas públicas e formadoras de opinião de crianças e adolescentes”.