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Entrevista exclusiva: Lucas Lucco fala sobre música pop, sucesso e gravação de DVD


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Lucas Lucco é pop? Há quem diga que sim, há quem diga que não. Mas até Beyoncé vive esse dilema, entre o pop e o r&b. As músicas do Lucas Lucco são um sucesso, tocadas em rádios de diferentes gêneros musicais e alcançando um público amplo. Isso não é ser pop? Se o termo vier do “popular”, é claro que é. No seu trabalho, ele afirma mesclar diferentes vertentes, que vão do sertanejo ao hip-hop. O resultado: pop.

O último clipe do cantor – “Mozão” – teve mais de 17 milhões de visualizações em dois meses. No Youtube, sua conta possui mais de 500 mil inscritos, e despontou em popularidade a partir do vídeo de “Princesinha”. O resultado disso? 20 shows por mês. Às vezes, com duas apresentações por noite, se as cidades forem próximas.

No mês que vem, o gato – porque ele ainda é gato, vale ressaltar – vai gravar seu primeiro DVD. A cidade escolhida foi Patrocínio, no interior de Minas Gerais, onde ele nasceu e sua família vive até hoje. Entre as participações especiais, está a cantora Anitta. Haverá ainda um artista latino, mas esse Lucas ainda não revela quem é. O objetivo é dar um passo na carreira internacional do brasileiro, de olho na América Latina.

Vamos começar direto com o que os leitores querem saber. Você é super gato, e as mulheres até jogam calcinhas no palco. Só que o público gay também delira com você. Como lida com isso?
Rapaz, eu acho que qualquer público é muito bem vindo. Eu comecei uma carreira que tem dado certo e eu gosto do carinho, seja de quem for. É isso que me motiva e me dá força para seguir. Acho super válido, super bacana. No meu Instagram, o pessoal curte bastante, comenta bastante, e acho muito legal.

Já jogaram cuecas?
Não, ainda não rolou. Por enquanto só calcinha e sutiã. (risos)

Você mal lançou seu álbum e já vai gravar o DVD. Tá dando tempo de curtir as vitórias ou é só trabalho?
Cara, por enquanto, o foco maior é o trabalho. Acabei de sair do estúdio com o CD e já entrei mais uma vez para começar a produzir o DVD. Vou tentar fazer uma mescla das minhas primeiras músicas com as do segundo CD e mais nove inéditas. Então tenho ficado muito no estúdio. Para curtir, não estou achando muito tempo não.

Então o DVD vai ser um show novo?
Com certeza. Vou gravar na minha cidade, no interior de Minas, em Patrocínio. Vai ser uma festa muito bacana, no aniversário da cidade, então vai ser uma oportunidade de presentear o pessoal, de poder retribuir o carinho que sempre tiveram por mim. São pessoas que me apoiaram desde o início da carreira, então acho que não há nada mais justo: gravar meu primeiro DVD lá. Vou estar muito à vontade.

E vai estar a família toda…
Ah, com certeza! A entrada vai ser franca, então esperamos mais de 30 mil pessoas.

Olhei sua agenda deste mês e você faz muitos shows. 20 por mês! Às vezes dois por noite! Como você faz quando está de mau humor ou indisposto e tem tantos compromissos para dar conta?
Você tem que ser artista de verdade. Há dias em que você acorda e não quer nem sorrir, mas tem que buscar felicidade nas coisas simples, buscar força no pessoal que te apoia, nos fãs. As vezes é complicado, mas faço o que amo. Como toda pessoa, tenho dias ruins e dias bons, mas é preciso ser artista de verdade e cumprir minhas obrigações.

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Qual a melhor e a pior parte do sucesso e da fama?
A melhor parte é o reconhecimento do seu trabalho – ser reconhecido por fazer o que você mais ama. A parte ruim, a parte negativa, é o lance de ser meio sozinho. Você não pode ter ninguém do seu lado para namorar, e está distante da família e dos amigos. Acho que é a parte mais complicada.

Aqui no POPLine, a gente só fala de música pop. Por isso, quero saber: o que é música pop brasileira para você?
A música pop é um estilo musical para todas as pessoas ou que pelo menos tenta agradar a todos. Eu sou bem assim: não gosto de ser rotulado. Tento fazer um estilo musical que agrade ao máximo de pessoas possível, independente do que gostem. Procuro buscar vários gêneros e acho que por isso sou bem aceito por outras tribos. O pessoal que gosta de rock tem me escutado, o pessoal que gosta de pop tem me escutado… Isso é bem bacana.

O que a gente pode esperar das suas músicas novas?
As minhas influências nunca mudaram. Sempre gostei de vários estilos musicais, além do sertanejo de raiz. Gosto de pop, rock, hip-hop. Das nove músicas inéditas que estarão no DVD, quero mostrar minha diferença e surpreender as pessoas, principalmente com as românticas. Elas vão ter uma pegada muito bacana mesmo. Consegui, mais uma vez, mesclar romantismo e animação. Isso faz parte de mim já e consigo trabalhar muito bem nas duas áreas.

O DVD vai ter participações?
Vão ter três participações. Ainda não posso divulgar, porque falta confirmar uma, mas está bem legal. Vou poder fazer uma mistura bacana de ritmos, e vai ter um artista internacional. Não posso dizer quem.

Você é fruto de uma geração de vários nomes talentosos que apareceram quase ao mesmo tempo. Para quem não acompanha, fica a impressão que é uma modinha e que são todos fabricados. Mas você compõe, certo? Isso é uma maneira de assegurar a longevidade?
Com certeza. Você poder fazer suas próprias músicas é uma maneira de transmitir de verdade sua identidade. É dizer o que você realmente quer dizer, e poder mostrar sua verdade. Costumo ser um artista que gosta de confirmar essa imagem que é só minha. Tento cada vez mais conquistar meu espaço, com meu próprio estilo, com minhas próprias composições. Escrevo para todo trabalho, para fixar meu nome e fazer com que as pessoas me reconheçam pelo que realmente quero mostrar.

Lucas Lucco: sucesso nas rádios, nos shows, no Youtube e também no Instagram.
Lucas Lucco: sucesso nas rádios, nos shows, no Youtube e também no Instagram.

Como você tira tempo para compor com a agenda tão cheia?
Confesso que ultimamente tem sido mais difícil, por conta da rotina de mais de 20 shows por mês. Além disso, tem vários outros compromissos com mídia, rádio, revista. Isso me deixa um pouco mais estressado e assim não componho muito. Mas quando estou em casa, para descansar, sempre pego o violão. É uma coisa que preciso, até para expressar meus sentimentos.

Você não compõe em quarto de hotel então.
Não. Às vezes, só. É bem raro.

Você também gosta de se envolver ao máximo nos seus clipes. Como funciona o trabalho com os diretores?
Eu sou assim com a minha carreira, não só com os clipes. Gosto de dar palpite em tudo no palco, na iluminação. Com os clipes, foi uma coisa que tomei gosto desde o primeiro, o “Princesinha”. Sempre gostei de teatro, gosto de atuar, de participar, e acho que isso mostra minha identidade e ajuda a fixar minha imagem e meu estilo. Para mostrar diferença, acho válido se envolver em tudo no trabalho do artista.

O que falta para você?
Na minha carreira, acho que ainda tem muita coisa para conquistar. Fiz um ano e meio de carreira agora, e falta muita coisa. Quanto à vida pessoal, eu queria estar mais perto da minha família, ter um contato maior com eles. A correria está muito grande. Estou muito feliz com o lado profissional, mas isso tem me distanciado da igreja, de Deus, e isso me deixa um pouco triste também. Isso tudo faz parte. Acho que não dá para ter tudo ao mesmo tempo. Estou muito focado no meu trabalho atualmente.

Qual o seu sonho?
Ser reconhecido internacionalmente.

Nesse DVD, tem alguma coisa voltada para a carreira internacional?
Tem uma música em espanhol, que vou gravar com um artista latino. É a participação internacional. Estou super empolgado. Quero sempre dar um passinho que seja no sentido de ser reconhecido internacionalmente. Quero poder fazer um lance pensando nisso.