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Adele confessa que também chora com as próprias músicas


Não é só você que sofre ouvindo as baladas da Adele. A própria cantora, também. Ela confessou ao jornal New York Times que às vezes é preciso parar a gravação no estúdio, ou um ensaio com a banda, para que ela se recomponha. Foi assim dias atrás, quando estava passando o som de “When We Were Young”, uma de suas inéditas. “Para que eu me sinta confiante com minhas músicas, elas têm que me tocar. É assim que sei que escrevi uma boa música, para mim, é quando começo a chorar. É simplesmente quando me acabo em lágrimas na cabine do estúdio, e preciso de um momento para mim”, conta a inglesa, que lançará seu disco novo no próximo dia 20.

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Obviamente, “21”, que vendeu mais de 30 milhões de cópias mundialmente, foi especialmente depressivo. O mundo inteiro comprou a ideia e se identificou com seu sofrimento, mas a verdade é que Adele não quer estar naquela posição de novo, nem que isso signifique mais um punhado de Grammys. “Como eu me senti quando escrevi o ‘21’ é algo que não quero sentir de novo. Foi horrível. Eu estava miserável, solitária, triste, raivosa, amarga. Eu achei que ficaria solteira o resto da vida, e que não voltaria a amar nunca mais. Não vale a pena. Bem, valeu a pena, por causa de tudo que aconteceu, obviamente. Mas não estou disposta a me sentir assim para escrever uma música de novo. Não mesmo”, diz a cantora, que encontrou um namoro, sim, e ganhou até um bebê depois do sucesso. Foi a vida pessoal que a manteve ocupada nos últimos anos. “Não tenho tempo para deprimir. Eu sou a base para meu filho, e quero estar lá para ele. E quero estar lá para meu namorado também, então não quero trazê-los para baixo comigo pela minha arte”.

Em 2013, ela até tentou entrar em estúdio, compor e gravar algum material, mas não estava certa do que estava fazendo. “Eu não acho que tinha algo em mim para escrever outro álbum [na época]. Não sei se devia. Por causa do sucesso de ‘21’, eu pensei ‘talvez todos fiquem felizes com esse sendo a última coisa de mim, talvez eu devesse me retirar de cena’”, lembra. “O tempo passou e me dei conta que não tinha escolha. Eu tinha que compor mais música para mim mesma, e não havia nada mais que eu quisesse fazer”.

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Campanhas publicitárias e projetos desse tipo, por exemplo, não a empolgam. Queridinha do público, ela obviamente recebeu muitas ofertas de diversas empresas. Rejeitou todas. “Se eu quisesse ser apenas famosa, como uma celebridade, eu não faria música, porque tudo que me ofereceram provavelmente me fariam mais famosa do que sou com minha música. Comerciais, ser a cara de marcas, linha de esmaltes, sapatos, malas, roupas, cosméticos, cabelo, atuar em filmes, ser a garota-propaganda de um carro, desenhar relógios, divulgar marcas de comida, prédios, companhias aéreas, acordos para livros. Me ofereceram de tudo. E eu não quero me botar para baixo. Quero fazer uma coisa. Quero fazer. Não quero ser a garota-propaganda de nada”.